[vc_row][vc_column][vc_column_text]Na última semana de junho, foi aprovada a lei que libera o uso de remédios para emagrecer, os famosos anorexígenos.
Desde então, foi iniciada uma discussão polêmica sobre a liberação política na câmara nacional em conjunto com as sociedades e associações médicas em detrimento à opinião da ANVISA.
Afinal, é ou não é uma atitude correta a liberação e uso das medicações que tiram a fome?
A obesidade e sobrepeso é uma pandemia que atinge mais da metade da população mundial. É uma doença multicausal, e os principais causadores são:
Ambiente obesogênico (ambientes familiares ou de trabalho propícios para ingestão calórica aumentada);
Sedentarismo (falta de atividade física);
Hormonais (ex.: hipotireoidismo, hipogonadismo, etc.);
Distúrbios nutroneurometabólicos centrais relacionadas ao aumento de fome, diminuição da saciedade ou saciedade tardia,
Termogênese deficiente;
Genética (herança familiar para tendência a engordar); epigenéticas (fatores ambientais que suprimem ou ativam genes relacionados à obesidade); e até viral causada pelo vírus AD-36.
Hoje a obesidade é classificada como uma doença crônica assim como hipertensão e diabetes, e como todas as doenças crônicas, a obesidade possui uma pirâmide de tratamento em que consiste na ordem de prioridade ou importância de cima para baixo listados, ou seja uma escala de peso maior no tratamento:
1. Mudança do Estilo de Vida
O que envolve educação alimentar permanente e prática de atividade física orientada e regular;
2. Mudança comportamental permanente
Alterar a forma de agir frente a comida;
3. Tratamento medicamentoso
Esse é o ponto-chave da discussão atual. Até então, estavam liberados a Sibutramina que age na saciedade e na termogênese, o Orlistate que age bloqueando as enzimas que digerem a gordura, e mais recentemente o Saxenda que age através do hormônio neuro-metabólico GLP-1, age diminuindo o esvaziamento do estômago.
4.Tratamento cirúrgico
Trata-se da Cirurgia bariátrica, recomendada depois de 2 anos de acompanhamento por um centro especializado e com a falha no tratamento medicamentoso.
Após a suspensão dos remédios anorexígenos, os índices de realização dessa cirurgia aumentaram assustadoramente.
Ela praticamente, foi considerada a cura da obesidade. Só que sabemos que hoje não é bem assim, muitos pacientes voltam a ganhar peso novamente ou sofrem sequelas que vão desde a desnutrição, sarcopenia (perda excessiva de massa magra) até mesmo transtornos psiquiátricos com alcoolismo, etc.
Mas voltando à discussão sobre os remédios
Qual medicação age especificamente no centro da fome? Nenhuma! Por isso que a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), e a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (ABESO), e o Conselho Federal de Medicina (CFM), ou seja: todas as entidades médicas que estudam o assunto de obesidade e sobrepeso são favoráveis a liberação dos anorexígenos, desde de que haja um maior controle e fiscalização das prescrições, e o mais importante: que seja indicado criteriosamente para quem realmente precisa.
O caso das anfetaminas:
A ANVISA suspendeu o registro dos medicamentos chamados anfetaminas, em 2011. No relatório que justificou a proibição dos anorexígenos, ela afirma que “por serem estimulantes do sistema nervoso central, os medicamentos tipo anfetamínicos são comumente desviados de seu uso clínico para uso recreacional e para doping em esportes”.
Ou seja, sem nenhum motivo científico ou real, e apelidando/estigmatizando com o nome de “anfetaminas”, a ANVISA suspendeu de forma arbitrária. Sabemos que não são “anfetaminas”, são medicamentos noradrenérgicos, sendo a maioria permitida nos EUA e estão entre as drogas mais prescritas para combater a obesidade.
Concluindo
Não consultar nenhuma sociedade médica científica respeitável, suspender a comercialização e uso de remédios noradrenérgicos de controle do apetite, limitar a autonomia do médico e dos pacientes que utilizavam para perda ou controle do peso, é esquecer que a obesidade é uma doença crônica!
E também esquecer que existem vários tipos de casos, e que para algumas pessoas, apenas dieta e exercícios físicos não são suficientes para a cura! É discriminar todas as pessoas que sofrem dessa doença, como se fossem os culpados e não vítimas da condição lhes afetam a vida inteira.
E qual o seu posicionamento acerca dessa liberação? Deixe aqui nos comentários e compartilhe este conteúdo nas redes sociais![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]