Modulação intestinal

Hoje tudo começa pelo intestino. Se você quiser tratar qualquer doença crônica como sobrepeso e obesidade, comece pelo intestino. É o órgão chave que tem conexões com todo o corpo. 

Existem na natureza diversas relações duradouras entre diferentes espécies para o benefício mútuo chamada de simbiose. Nós seres humanos, por muito tempo, ficamos obsoletos por achar que, não tínhamos uma relação duradoura e benéfica, ao ponto de, nos tornarmos dependentes de outros seres vivos ou espécies vivendo conosco (ou melhor, dentro de nós) em simbiose para nossa qualidade de vida, saúde e longevidade. Pois é existe essa relação, e existem mais de 100 trilhões de seres vivos como bactérias, fungos e vírus que habitam em nosso trato gastrointestinal, e que participam de ciclos vitais interrelacionados ou independentes. Esse ambiente é  a microbiota intestinal

Um microbioma intestinal saudável é fundamental para manutenção da homeostase corporal e saúde como um todo, por estar intimamente relacionado aos vários sistemas e órgãos, onde as recentes descobertas e pesquisas mostram que nós temos vários eixos de equilíbrio como:

  • Eixo intestino-cérebro: importante para manutenção da memória, cognição, estado de humor (controle de ansiedade e depressão), através, principalmente, da produção de neurotransmissores onde se destaca a serotonina. Por isso o intestino é também chamado de “segundo cérebro”. Importante também para o emagrecimento, através da produção natural de substâncias regulam o apetite e o metabolismo a nível de cérebro.
 
  • Eixo intestine-fígado: através desta comunicação, há uma homeostase de todos os processos relacionados ao emagrecimento e metabolismo dos carboidratos, proteínas, gorduras, além de outras vias como a dos sais biliares, ácido úrico, sensibilidade a insulina, melhora da taxa metabólica basal e oxidação de gorduras. 
 
  • Eixo intestino-sistema imune: um microbioma saudável impede o crescimento de bactérias patogênicas, além de fazer um turnover de reconhecimento de padrões relacionados a melhora da resposta imunológica inata e celular, e diminuição de inflamações, intolerâncias e alergias.
 
  • Eixo intestino-sistema endócrino: quando o microbioma está adequado, o intestino, também, atua como um órgão endócrino, liberando vários nutroneurohormônios importantes para a digestão e funcionamento do trato gastrointestinal e mecanismos relacionados a fome, saciedade, termogênese central e equilíbrio da glândula tireóide.
 
  • Eixo intestine-coração: quando o microbioma está saudável e a barreira intestinal está funcionante, há uma menor permeabilidade a toxinas para o coração, como por exemplo, o novo marcador preditivo para doenças do coração chamado TMAO (Óxido de Trimetilamina).

Quando há uma alteração na quantidade ou na qualidade das bactérias do intestino é chamado de Disbiose Intestinal, que é um desajuste na microbiota com o predomínio das bactérias patogênicas, que produzem toxinas que podem se ligar a receptores no intestino, sistema imune, fígado ou agirem a distância como no coração, causando uma cascata de reações inflamatórias, que por sua vez, causam uma séria de patologias como Doença Inflamatória Intestinal (Doença de Chron ou Retocolite Ulcerativa), Doenças metabólicas (Diabetes, Sobrepeso e Obesidade), Alergias alimentares, Doenças autoimunes (Doença Celíaca, Artrite Reumatóide, Esclerose Múltipla, Espondilite Anquilosante, Doença de Hashimoto, etc.), doenças endócrinas como Hipotireoidismo, doenças cardiovasculares como Aterosclerose, Infarto e AVC, e doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Além dessas cascatas, a ausência do bom funcionamento intestinal como um todo, podem levar a ansiedade, depressão, e distúrbios nutricionais relacionados como intolerâncias, alergias, e não absorção de nutrientes essenciais.

A disbiose intestinal é um problema multicausal, onde se destaca a má alimentação ocidental com o consume de alimentos refinados e ultraprocessados, ricos em açúcares, carboidratos simples, edulcorantes e aditivos químicos, além de gorduras saturadas. Outras causas também são o estresse crônico da nossa vida cotidiana, uso indiscriminado de antiobióticos, uso de inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, etc.), além de outros fatores diversos que não contribuem para uma vida saudável como sedentarismo e tabagismo.

O tratamento e prevenção da disbiose chama-se Modulaçao Intestinal, que é multimodal, onde se destacaca principalmente uma mudança nos hábitos alimentares ou seja uma reeducação alimentar, individualizada para o problema de cada pessoa em questão, com a retirada de alimentos industrializados, processados, açucares, excesso de gorduras saturadas, com o maior destaque para a comida de verdade, natural e cada vez mais livre de agrotóxicos e toxinas como vegetais orgânicos e animais não confinados. 

Quando necessário faz-se a suplementação de bactérias probióticas, fibras prebióticas e nutracêuticos como betaglucanos e flavobióticos para acelerar o reestabelecimento da homeostase da microbioma intestinal, e dessa forma resgatarmos todos os benefícios já falados da relação microbiota-hospedeiro.

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